Philips ao pé do ouvido - Eis o novo produto de exportação da filial brasileira: um programa que incentiva os fucionários a denunciar qualquer delito interno
Isto É Dinheiro - edição 417
September 7, 2007
"Corrupção e suborno. Faça a coisa certa. Um ambiente de trabalho saudável e ético também é de sua responsabilidade. Não deixe que um prejudique todos.” Numa era marcada por CPIs, mensalões e recursos não contabilizados, um cartaz com essa mensagem poderia ser fixado nas divisórias de uma repartição pública ou em gabinetes do Congresso Nacional. Mas não. O aviso decora paredes de fábricas e escritórios da Philips, a gigante holandesa dos eletroeletrônicos. Trata-se da peça central do One Philips Ethics Line, um programa que incentiva a denúncia de fraudes, assédio sexual, roubos ou qualquer prática que fira o código de ética da organização. “Não buscamos apenas uma atitude punitiva. Queremos também corrigir possíveis brechas ou omissões nas políticas e regulamentos internos”, afirma Ricardo Turra, principal executivo de auditoria da divisão Medical Systems no mundo.
Espécime raro no universo empresarial, o programa nasceu no Brasil pelas mãos de um brasileiro. E logo rompeu fronteiras. Primeiro, foi estendido para outros países da América Latina. Neste mês, está sendo implantado nas unidades da divisão de Medical Systems, onde trabalham 62 mil pessoas. Finalmente, até meados de 2006, estará ao alcance de todos os 166 mil funcionários do grupo Philips, presentes em 62 países. “O programa chega à maioridade”, diz Turra.Aos 38 anos, gaúcho de Santa Rosa, Turra é o “pai” do Ethics Line.